Maria do Rosário assistiu a apresentação de dança feita por crianças
Foto: Marcele Facchinetti/Especial para Terra
Foi lançada nesta quinta-feira em Salvador (BA) a Liga da Proteção, campanha nacional contra a violência sexual a crianças e adolescentes. O objetivo da campanha, de acordo com ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT), é intensificar o alerta à população de que a violência sexual contra crianças e adolescentes é crime e que o criminoso não deverá ficar mais impune. "Nossas crianças não podem ser massacradas, maltratadas, abusadas, principalmente pela violência sexual. Estamos aqui para combatê-la e ir atrás do quem cometeu o crime", declarou a ministra, que foi à capital baiana especialmente para o lançamento da campanha.
Maria do Rosário afirmou que o assunto tem sido tratado com muita seriedade pelos governos federal e estaduais, mas que ainda precisa ser melhorado, a começar pela legislação. "Precisamos mudar o perfil do conselho tutelar, mudar o código penal para poder combater a rede criminosa que existe. Mas além da legislação, as crianças precisam ser preservadas por nós, pela família, pelas escolas, por nosso compromisso. Todos precisam estar fortes e unidos para esse combate", disse.
De acordo com informações da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, por meio de um balanço realizado em 2010, desde 2003 já foram realizados mais de 167 mil atendimentos de denúncias de violência contra crianças e adolescentes, sendo 52 mil apenas de violência sexual. Oito em cada 10 vítimas são do sexo feminino.
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), ressaltou a importância do lançamento da campanha ser na proximidade do Carnaval, quando o País recebe muitos turistas, mas que a ação deve ser mantida durante todo o ano. "A campanha tem parceria com o Ministério Público e todas as polícias, e deve ser mantida de forma intensa durante todo o ano. Para esse período de festas, faremos um trabalho forte desde a chegada do turista no aeroporto e continuará nas ruas. Queremos que os turistas venham brincar o Carnaval e não abusem de nossas crianças", afirmou.
A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, que também estava presente na cerimônia, afirmou que a discriminação racial e a pobreza também são pontos que deixam ainda mais delicada a situação da criança. "Sabemos das dificuldades que crianças de baixa renda e negras enfrentam. Além disso, todas elas estão expostas à sexualidade muito cedo e passam a ficar mais vulneráveis. E para dar maior visibilidade à campanha, nós aproveitamos esse período de Carnaval para lembrar as responsabilidades de cada um", fala.
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